Logística também se aprende com a natureza

O homem com todo o seu potencial criativo desenvolveu máquinas maravilhosas. Voam, computam, fazem diagnósticos, controlam a produção, centralizam o processo decisório, flexibilizam as operações complexas, etc.  
Grande parte desse arsenal tecnológico foi desenvolvido a partir das pesquisas realizadas na natureza, muito especialmente, no reino animal.
A frustração do homem em não poder voar – mitologicamente reproduzida na fábula de Ícaro – tornou-se uma realidade adaptada da capacidade e flexibilidade que os pássaros possuem em vôos de longas distâncias e mesmo em grandes altitudes como é o caso do da águia. Sua visão é tão apurada que consegue ver um peixe a várias centenas de metros de altitude e mesmo perceber a presença de um coelho a uma distância de 1,6 km. Os exemplos são inúmeros: estudo do comportamento dos tubarões para descobrir o processo de altíssima tecnologia que possui em detectar a longa distância a presença de um peixe se debatendo. Sua incrível aerodinâmica permitiu projetar novas aeronaves de alta performance.

Na logística não é diferente! A inquestionável capacidade dos morcegos e mesmo dos gafanhotos voarem sem que se choquem no ar! Essa imanência da espécie levou os cientistas a começarem a estudar esse verdadeiro fenômeno. Estudos estão sendo realizados no centro de pesquisa da Volvo com intuito de introduzir algoritmos computacionais que permitam melhorar o fluxo do tráfego e, mediante uso de sensores especiais evitar as colisões entre veículos.

As abelhas por exemplo possuem outro caso muito interessante. A partir de estudos realizados pela Universidade de Londres, os pesquisadores começaram a pesquisar a incrível capacidade de as abelhas se deslocarem entre diversas flores e retornarem a sua colméia. Não é uma tarefa fácil. Esse processo é bastante semelhante ao famoso problema logístico denominado “rota do caixeiro viajante” cuja solução matemática é extremamente complexa demandando muitas horas de processamento em computadores de alta performance. Esse maravilhoso animal “logístico” está sendo estudado pelos cientistas com o intuito de identificar o circuito neural que a abelha possui que lhe permite solucionar tão facilmente o problema complexo do “caixeiro viajante”.

Da mesma forma as formigas tem sido palco de grandes estudos. Ao examinarmos um formigueiro verificamos um aparente “caos” e também percebemos que elas com frequência trocam informações entre si através de suas antenas Estudos permitiram verificar que as mensagens trocadas entre as formigas são de origem química (ferormônios) e que estes tem função essencial na operação do formigueiro. As formigas reconhecem o território e desenvolvem técnicas especiais para a busca de suprimentos para o formigueiro.

Utilizando esses estudos foi possível criar algoritmos computacionais complexos que foram aplicados em uma empresa fabricante de cimento, a Cemex que atua no Oeste e Sudeste dos Estados Unidos. Essa empresa faz entrega de cimento pronto para obras e utiliza uma frota de veículos para esse fim. Imitando as formigas, a Cemex desenvolveu uma logística totalmente baseada nos princípios de reconhecimento do terreno e na “operação das chamadas formigas soldados” que podem decidir, em última instância em que local do território devem agir. Assim, utilizando-se do conceito de “entregar o máximo de cimento, o mais rápido possível” – baseado na voracidade das formigas e “renegar esforços em duplicidade e manter cada caminhão distante do outro”, foi possível desenvolver um processo de entrega com melhor qualidade de atendimento aos clientes e com uma considerável redução de custos.

Esse mesmo sistema foi utilizado pela British Telecon com objetivo de operar sua frota de veículos nos serviços de manutenção com grande sucesso e uma grande economia.

Logo a logística é uma atividade de presença constante na natureza! A natureza é sábia e um grande mestre que nos auxilia no desenvolvimento de novas tecnologias!
 

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