A disciplina, a emoção contida e o raciocínio lógico, características intrínsecas ao povo japonês, parecem ser mesmo inabaláveis.
Mesmo abatidos com a tragédia que atingiu o Japão no último dia 11 de março, os japoneses são exemplos para o mundo quando o assunto é organização e estratégia. Durante a cobertura jornalística do terremoto e do tsunami, que devastaram partes da região nordeste da ilha, não vi imagens ou relatos de saques a supermercados ou protestos. O senso de responsabilidade coletiva é certamente outra forte característica desse povo. Também foram poucas as cenas de gente aos prantos pelas perdas de entes queridos ou pelo prejuízo com os bens materiais, pelo menos não à moda brasileira de demonstrar sofrimento. Tudo parece ser muito internalizado. Bem diferente de nós brasileiros que somos mais emotivos e fazemos questão de externalizar o que sentimos. Será que estamos errados? Será que a emoção atrapalha no planejamento de longo prazo?
Vendo tudo isso eu pergunto, será que o Brasil estaria preparado para um tsunami? Temos um litoral extenso com cidades à beira mar. Lá, a tragédia poderia ter sido muito maior se não fosse o sistema de alerta eficaz. Até o momento, a tv estatal NHK divulgou a confirmação de mais de 1800 mortes confirmadas.
Aqui, tivemos uma pequena amostra do despreparo brasileiro com as chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro no início deste ano e que mataram mais 600 pessoas. Acho que temos muito que aprender com os nipônicos, um povo que sabe bem o sentido da palavra resiliência.
Fonte : http://vocesa.abril.com.br/blog/reporter-x/
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