Um líder em meio ao desastre

É difícil começar um texto que pretende falar de um desastre em que mais de 1 mil pessoas morreram (em números oficiais que devem aumentar).
É complicado entender como podem duas placas se moverem e destruirem tanto. Acordamos na sexta-feira, dia 11 de março, e tivemos a ingrata surpresa de imagens como essa:

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Ka, tem um papel importantíssimo nos próximos dias. Ele é o líder oficial e é quem pode ou não fazer do pós-Terremoto/Tsunami outro desastre. Em um discurso ele disse algo que me chamou muita atenção:
“Se nós, o povo japonês, podemos superar estas adversidades, isto depende de cada um de nós, cidadãos japoneses [...] Acredito que podemos superar este grande terremoto e tsunami se nos unirmos” (li aqui)
Ao mesmo tempo que ele diz que cada um tem que fazer sua parte ele chama a população para a união. Ele sabe que só a união fará a força. Os japoneses já passaram por um grande desastre, no meio século passado: a segunda guerra mundial. E daí tiraram muitas lições. O próprio primeiro-ministro afirma que “Este terremoto e tsunami, e também a situação que diz respeito à usina nuclear, são talvez a as adversidades mais difíceis que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial, em 50 anos.”
Um bom líder – e ao meu ver Naoto Ka tem sido um diante do cenário que ele se encontra – consegue inspirar pessoas por um bem comum. É claro que no caso japonês há uma situação que já faz as pessoas naturalmente se unirem. Vimos isso no Rio de Janeiro, no começo do ano, em Nova Orleans… Mas há um ponto que precisamos nos ater: sem um bom líder o pós-tragédia vira uma tragédia ainda pior.
É preciso motivar as pessoas depois do destrastre para que as coisas voltem ao normal. Mas o mais importante (e daí vem a grande lição) é saber aprender com um desastre. E quem pode fazer isso? Um líder. Se ele souber motivar e dar continuidade a essa motivação, as pessoas aprenderão. O próprio processo que vem em seguida é um aprendizado. Sejamos sinceros: será que nós braileiros conseguimos aprender algo com nossos desastres (que são muitos)? Acho que nos faltam bons líderes.

Fonte : http://vocesa.abril.com.br/blog/estagiario-y/

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