Tragédia no Japão pode afetar empresas do Vale do Paraíba


Embraer e Hitachi, ambas de São José, são primeiras a sofrer com falta de componentes importados

Empresas da região começaram a ser afetadas pelo terremoto que arrasou o Japão em 11 de março.

A fabricante de ar condicionado Hitachi e a Embraer, de São José dos Campos, são as primeiras a admitirem que serão impactadas pela catástrofe.A Hitachi, que emprega 400 trabalhadores, avalia até a possibilidade de concessão de férias coletivas para os empregados, caso haja falta de componentes para a produção de ar condicionado na unidade industrial instalada às margens da rodovia Presidente Dutra, em Eugênio de Melo.Parte dos componentes utilizados na produção dos equipamentos é importada do Japão.
Atingida pelo tsunami em 11 de março, a planta japonesa somente deve normalizar as atividades em três meses, segundo diretores da unidade de São José dos Campos.

Avaliação. 
Gerentes da Hitachi local estão no Japão para analisar a situação da fábrica no país.Segundo o gerente de Recursos Humanos da fabricante, Cláudio José Lima, nos próximos dias, com base nas informações da empresa no Japão, a direção da unidade local irá avaliar o quadro.

Não foi informado o volume de produção de equipamentos de ar condicionado.Segundo ele, não está descartada a possibilidade de férias coletivas.

“Aguardamos o retorno dos diretores para analisar o quadro”, afirmou o gerente da empresa.

Greve.
Ontem, os empregados entraram em greve para pressionar a fabricante a abrir negociação por PLR (Participação nos Lucros ou Resultados). Renato Luiz, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, afirmou que a empresa abriu negociação em março, mas não se manifestou mais a respeito do benefício.

“Queremos que a empresa retome as negociações. Sabemos que ela pode ser afetada por causa do terremoto no Japão, mas isso não é motivo que impeça as negociações”, afirmou o diretor sindical.

Segundo o gerente de RH da Hitachi, a empresa agendou para o dia 2 de maio uma nova rodada de negociação.“O sindicato não cumpriu o acordo e quer antecipar o pagamento do PRL para maio. Historicamente, a empresa sempre pagou em junho”, afirmou o executivo da empresa.De acordo com ele, nem todos os empregados aderiam ao movimento. A empresa solicitou apoio da Polícia Militar hoje para garantir a entrada dos trabalhadores na fábrica.

Comunicado.
Em comunicado encaminhado à CVM (Comissão de Valores Imobiliários), que fiscaliza o mercado de ações, a Embraer informou que haverá um “pequeno impacto” na entrega de aeronaves para o segundo trimestre por causa do terremoto.

Segundo a fabricante de aeronaves, os eventuais impactos serão compensados no decorrer do ano e a meta da receita para 2011 está mantida em US$ 5,6 bilhões.A assessoria da empresa informou que parte dos componentes de aviões é fornecida direta ou diretamente por empresas japonesas.

Monitoramento.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, José de Mello Corrêa, disse que, até o momento, apenas as duas empresas poderão ser impactadas por conta do terremoto.“Confiamos na capacidade dos japoneses de se recuperarem rapidamente”, disse.

Fonte: ovale.com.br

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