Nova Região Metropolitana

Criada oficialmente ontem, em Campos, nova Região Metropolitana realizará ainda este mês a sua primeira reunião de trabalho, quando serão traçadas metas de médio e longo prazos para o desenvolvimento do Vale


Filipe Manoukian
Campos do Jordão

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a RMVale, começará a discutir ainda este mês uma agenda com projetos e obras prioritários a serem implantados.
A proposta é reunir todos os prefeitos da região e representantes do governo do Estado para, juntos, definir os desafios que devem ser encarados primeiro.
“O Edson \[Aparecido, secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano\] tem uma lição de casa. \[Produzir\] um roteiro com 20 itens da região para a gente trabalhar em conjunto no sentido de avançar”, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Na manhã de ontem, o tucano sancionou, em evento no Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão, o projeto de lei que cria a RMVale.
A partir de agora, todos os 39 municípios do Vale e Litoral fazem parte de uma RM, instrumento que permite o planejamento integrado de políticas públicas, além de benefícios como fim da tarifa de DDD (confira abaixo).
A sanção da lei foi comemorada por prefeitos, deputados e lideranças políticas da região.

Agenda. Com exclusividade a O VALE, Edson Aparecido explicou que Alckmin pediu urgência na confecção de uma Agenda Metropolitana.
“Ele \[Alckmin\] quer prioridade na Agenda Metropolitana do Vale”, disse.
O secretário explicou que é a partir dessa agenda que se traçam desafios metropolitanos, regionais e municipais.
“Vou correr para implantar logo o Conselho \[de Desenvolvimento, órgão máximo da RMVale\]. Quero fazer a primeira reunião já em janeiro”.
Composto pelos 39 prefeitos da região, mais 39 representantes do Estado e dois da Assembleia Legislativa, é o Conselho de Desenvolvimento quem autoriza e determina investimentos para a RMVale.
“A partir de amanhã \[hoje\], vou ficar em cima dos prefeitos, eles têm que me mandar quem são as indicações para suplentes, e do governo estadual \[cada secretaria deve indicar titulares e suplentes\], e aí faço a primeira reunião”, disse Edson Aparecido.
“É importante que todos discutam essa Agenda Metropolitana, porque isso se transforma num documento da região e todos passam a trabalhar em torno desse documento, buscando o cumprimento de metas”, emendou o secretário.
É com base nessa agenda, também, que o Estado pode anunciar pacotes de obras para os municípios do Vale.
“Na RM da Baixada Santista saiu o projeto do VLT \[Veículo Leve sobre Trilhos\]. Em Campinas, o desafio é a logística, então, investimentos no Aeroporto Viracopos. Na região do ABC, o desafio foi a mobilidade urbana, tivemos projetos do trem, monotrilho. Aqui, a região vai achar a prioridade, então é importante correr para implantar o conselho”, afirmou Edson Aparecido.

Desafios. Como base para a futura Agenda Metropolitana da RMVale, que deve ficar pronta em até três meses, Alckmin citou desafios a serem vencidos na região.
“Temos desafios no rodoviário, vamos recuperar todas as nossas estradas. Temos o debate de avanço na área de logística, com a Tamoios. Temos que projetar ferrovias num segundo momento. Temos o transporte aeroviário, sem São José”, apontou o governador.

Região deve ter mudanças imediatas
Campos do Jordão

Imediatamente, a criação da RMVale deve promover mudanças no modelo de transporte intermunicipal nas 39 cidades do Vale e Litoral. O que essas alterações trarão de benefícios práticos aos usuários, porém, é uma incógnita.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) fala num “ônibus intermunicipal” que “passa a ser metropolitano”, com “regras, sinergia, custo menor, maior qualidade”.
Automaticamente, com a RMVale todos os contratos de concessão que permitem a operação das atuais empresas de transporte intermunicipal devem ser finalizados e uma nova licitação será aberta.
Pássaro Maron, Litorânea, Viação Jacareí e outras oito empresas responsáveis hoje pelo transporte de passageiros entre as 39 cidades da região, além de ligações com outras regiões do país, podem deixar as estradas.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que assume o controle da gestão do transporte, promete remodelar o sistema. Ainda não existe prazos para realização dos projetos.
Além disso, ainda não há previsão de novas linhas, horários e possíveis integrações e reduções no valor das tarifas.
“O transporte entre algumas cidades pode ser revisto já, por que não integrar o transporte entre Jacareí e São José, por exemplo? Você pode integrar o atual e planejar o futuro”, afirmou o prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB).
 Fonte : ovale.com

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