Resenteeism: entenda o que é a nova tendência no mercado de trabalho depois do 'quiet quitting'


O movimento surge nos Estados Unidos no momento em que várias empresas, incluindo gigantes de tecnologia como Google e Microsoft, estão promovendo demissões em massa e há insegurança dos trabalhadores em relação ao cenário econômico




Depois do "quiet quitting", - ou demissão silenciosa, em português, onde os profissionais fazem o mínimo necessário apenas para não serem mandados embora - , uma nova tendência está surgindo no mercado de trabalho. É o "resenteeism", uma nova forma de lidar com o fato de estar insatisfeito no emprego, mas sem perspectivas de pedir demissão ou encontrar uma oportunidade mais satisfatória.


O movimento surge nos Estados Unidos no momento em que várias empresas, incluindo gigantes de tecnologia como Google e Microsoft, estão promovendo demissões em massa. Além disso, o cenário de alta inflação também tem deixado os colaboradores inseguros do ponto de vista financeiro.

Entenda o que é o resenteeism e como essa tendência vem ganhando força nas empresas.


Resenteeism: o ressentimento corporativo


O "resenteeism", que poderia ser traduzido como "ressentimento corporativo", descreve um sentimento em que o trabalhador não gosta do emprego, mas ainda assim o mantém porque está preocupado com a segurança financeira, com o cenário econômico ou com a falta de outras oportunidades.

A expressão vem de outro termo, "presenteeism", que significa ser improdutivo no trabalho, mesmo que você esteja fisicamente presente, conforme destaca o Business Insider.

Como a tendência surgiu?


O resenteeism parece ser uma resposta ao cenário econômico incerto e de demissões em massa que vem abalando o mundo corporativo. As pessoas se encontram em uma situação mais difícil do ponto de vista financeiro e de custo de vida, e há um medo generalizado de demissões.

Os lay offs têm varrido a indústria de tecnologia nos últimos meses, com empresas como Google e Microsoft, por exemplo, demitindo dezenas de milhares de trabalhadores. "Se você é um engenheiro de software que odeia seu emprego, é possível que, ainda assim, decida permanecer em seu local de trabalho atual", lembra o Insider.

Para muitos trabalhadores, trata-se apenas de manter um emprego.

De onde vem o sentimento de recessão?

Apesar dos Estados Unidos - e de outras economias do mundo - ainda não estarem tecnicamente em uma recessão, isso não muda a forma como as pessoas se sentem em relação à economia. Dois terços dos americanos disseram que achavam que os país já estava em recessão, em uma pesquisa da Politico-Morning Consult, de novembro passado.

A sensação gera o um efeito: as pessoas podem estar lidando com o trabalho de uma maneira diferente, especialmente por acharem que terão menos opções se desistirem. Se você acha que está em uma recessão - ou em perigo de entrar em uma - isso pode levá-lo a proteger seu emprego, mesmo quando não gosta dele.

Qual a diferença do "resenteeism" para o "quiet quitting"?

O que torna o ressentimento diferente é que o profissional é mais aberto com sua insatisfação no trabalho. É quase o inverso da demissão silenciosa, que envolve fazer o mínimo necessário e se recusar a ir além, como assumir tarefas extras, por exemplo.

"Estamos sendo demitidos, perdendo salários para a inflação e sofrendo com uma pandemia que mudou a maneira como o mundo funciona", disse um usuário do Twitter. "Os engravatados não se importam conosco. Por que deveríamos?"

A outra distinção é que o ressentimento pode ser contagioso - existe o medo de que possa se espalhar entre outros membros da equipe que também possam se sentir incomodados com as condições do local de trabalho.

"Funcionários que se sentem desvalorizados, subestimados e preocupados com seu futuro nunca serão felizes em seus empregos, e o aumento do ressentimento, embora preocupante, não é inesperado", disse Pam Hinds, chefe de pessoal da RotaCloud.


Fonte : https://epocanegocios.globo.com/f

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