Seca no Canal do Panamá pode gerar mais custos para embarcadores

É recomendado uso de navios multipropósito, de menor porte e calado, para agilizar o transporte de mercadorias


Uma seca severa na região do Canal do Panamá, uma das mais importantes rotas de transporte marítimo do mundo, pode gerar crescimento de custos e de tempo de trânsito para os embarcadores. Como resultado direto do El Niño e das mudanças climáticas que estão causando aumento da temperatura dos oceanos, está mais desafiador ativar as eclusas do Canal do Panamá, que necessitam de grande quantidade de água fresca armazenada em um lago artificial para operar.

Para evitar o desabastecimento da população local, o canal vem operando com restrições, tanto de número de navios que podem cruzar a área como de calado e peso da embarcação, que, portanto, não pode ser usada em sua capacidade plena.

A partir do dia 1º de novembro, somente 30 navios poderão reservar vagas para atravessar o canal a cada dia, ou seja, 8 cargueiros Neopanamax e 22 embarcações Panamax. Com 40% da carga mundial atravessando o Canal do Panamá, essa restrição acaba sendo um desafio para a logística de muitas empresas.

“Em alguns casos, tipos específicos de navios nem sequer conseguem atravessar o canal. A previsão é de que essa situação perdure por pelo menos mais dez meses. Por esse motivo, temos aconselhado nossos clientes a buscar alternativas para não ter seu abastecimento prejudicado”, diz Claudio Ramos, diretor de Projetos Industriais e Energia Renovável da DHL Global Forwarding no Brasil.

Ele aponta duas soluções de emergência. Uma delas é usar navios multipropósito (breakbulk), que geralmente têm porte e calado menor que os navios porta-contêineres e podem dar mais agilidade no transporte de cargas pelo Canal do Panamá. A outra solução pode ser buscar rotas alternativas a esse canal, por meio de um estudo de custo e tempo de trânsito, para atender a demandas específicas.

O Canal do Panamá está em operação desde 1914 e é um ponto-chave de trânsito marítimo para o comércio global. Cerca de 13 mil navios passaram por lá em 2022.

No fim de agosto, 135 navios estavam na fila da passagem, 50% a mais do que o normal para essa época do ano. Com a proximidade do peak season (período do fim de ano com aumento de consumo de mercadorias na Black Friday e no Natal), a situação pode piorar nos próximos meses.


Fonte : DHL – Excellence. Simply delivered.

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