Carregar o veículo além de sua capacidade é prejudicial e traz riscos aos ocupantes
Antes de falarmos sobre as consequências técnicas
ao rodar com sobrepeso, é preciso esclarecer que dirigir com excesso de carga é
considerado infração de trânsito, sujeita a multa e perda de pontos na CNH
(Carteira Nacional de Habilitação). Isso, por si só, já mostra quão grave é
dirigir nessas condições, porém muitos ignoram os riscos e acessam ruas e
rodovias com os carros transportando cargas muito além a que foram homologados,
como explica Juliano Caretta: “Um veículo conduzido com excesso de ocupantes ou
carga é uma situação potencialmente perigosa e que pode trazer sérias
consequências. Elas podem ir de um pequeno dano no pneu até um acidente grave.
Entre as consequências ao se rodar com peso
excessivo, Caretta alerta para os sistemas de direção, freios e suspensão, que
podem sofrer diversas falhas e ter seu funcionamento comprometido, alterando a
dinâmica na condução do veículo. “Assim como no corpo humano, o excesso de peso
é muito prejudicial para a saúde do conjunto mecânico. Da mesma forma que a coluna,
as articulações e outros órgãos humanos sofrem numa situação de sobrepeso,
componentes mecânicos também sofrem, porque trabalham além de sua capacidade.
Isso afeta negativamente a performance do sistema, podendo provocar avarias e
comprometer a dirigibilidade.
Como exemplo, ele cita algumas ocorrências comuns
nesses casos:
Danos aos componentes: ao se
rodar com uma carga superior à especificada, o peso exercido sobre os conjuntos
que suportam o chassi, motor e a carroceria ficam mais suscetíveis a danos
severos. No caso dos amortecedores, ao serem expostos a uma sobrecarga, há uma
redução no curso da haste, reduzindo sua capacidade de absorção de impactos.
Dessa forma, o componente não consegue inibir as vibrações e oscilações vindas
do solo e no caso de um impacto com um buraco, valeta ou qualquer outro
obstáculo, poderá sofrer uma quebra ou rachadura, que provocará o vazamento do
fluido interno, piorando ainda mais sua condição de funcionamento. Outras peças
agregadas, como buchas, molas e pivôs também podem ser avariadas, prejudicando
a estabilidade e a condução do veículo. Rodas podem empenar ou quebrar ao
passar por buracos e pneus podem sofrer desgaste prematuro, apresentar bolhas,
rachaduras ou terem suas bandas de rodagem deformadas.
Redução da segurança: com o
comprometimento de itens essenciais, como o sistema de suspensão, o motorista
terá dificuldade para conduzir adequadamente o carro e poderá sofrer o risco de
acidentes, de acordo com o representante da DRiV. Entre as situações
possivelmente enfrentadas está a redução da capacidade de frenagem. Segundo o
especialista, um carro com amortecedores avariados precisa de cerca de 15% a
20% mais de espaço para parar completamente, o que aumenta a possibilidade de
colisões. Se houver um excesso de carga acima do veículo, isso poderá afetar
seu centro de gravidade e provocar a perda da estabilidade em curvas e,
consequentemente, capotamentos.
A suspensão sobrecarregada ainda pode causar
balanços excessivos e produzir oscilações no feixe de luz dos faróis, o que
pode ofuscar a visão do condutor que trafega no lado oposto. Esta situação traz
um grande risco de acidentes graves.
Para evitar essas situações, Juliano Caretta
recomenda “respeitar o limite de carga do veículo definido pela montadora, uma
vez que cada modelo possui uma suspensão, que trabalha conforme as
características específicas”. Outra orientação é acomodar a carga de maneira
uniforme, equilibrando os pesos entre os lados. Isso evita que o carro fique
instável ao fazer curvas ou rodar por pistas irregulares. Por fim, evitar
carregar no veículo objetos desnecessários e que produzem peso, como caixa de
ferramentas, materiais de construção etc. Sem utilidade prática, esses objetos
tendem somente a desgastar desnecessariamente o veículo e aumentar o consumo de
combustível.
Fonte : DRiV
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