Litoral de SP: 3 cidades cobrarão taxa de até R$ 143 de turistas; saiba quais

 Planejar a viagem para o Litoral Norte de São Paulo agora exige um novo cálculo no orçamento. Três dos destinos mais procurados da região — Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião — confirmaram a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) para veículos de turistas. A medida, que estabelece valores obrigatórios que podem chegar a R$ 143,10 por veículo, já está em vigor em algumas e em fase final de implementação em outras.


A decisão tem gerado intensa polêmica nas redes sociais, dividindo opiniões entre a necessidade de preservação e a percepção de uma “taxa caça-níquel”. No entanto, uma cidade da região se destaca por ir na contramão: Caraguatatuba, que anunciou oficialmente que não irá aderir à cobrança, mantendo o acesso livre aos visitantes e sendo elogiada por essa decisão.

Para o turista, o ponto mais crítico é que as regras não são unificadas. O valor, a forma de cobrança e o período (por dia ou por entrada) mudam completamente de um município para o outro. Entenda em detalhes como a taxa funciona em cada cidade.


Comparativo: Quanto custa a TPA em cada cidade?

O maior ponto de confusão para os motoristas é a diferença nas regras. Enquanto Ubatuba e São Sebastião planejam a cobrança por diária, Ilhabela estipulou um valor por entrada (estadia).

Esta tabela detalha os valores oficiais divulgados por cada prefeitura:

Categoria do VeículoUbatuba (Cobrança por Dia)Ilhabela (Cobrança por Entrada)São Sebastião (Cobrança por Dia)
MotocicletasR$ 3,69R$ 10,00R$ 5,25
Carros (Passeio)R$ 13,73R$ 48,00R$ 20,00
Utilitários/CaminhonetesR$ 20,59R$ 48,00R$ 24,80
VansR$ 41,18R$ 70,00R$ 64,40
Micro-ônibusR$ 62,30R$ 100,00R$ 64,40
CaminhõesR$ 62,30R$ 70,00R$ 143,10
ÔnibusR$ 97,14R$ 140,00R$ 119,25

1. Ubatuba: O sistema veterano por diária

Ubatuba já possui o sistema em funcionamento. A cobrança é feita por diária de permanência e é 100% automatizada.

  • Como funciona: Radares com leitura de placa (OCR) identificam os veículos que entram na cidade. Não há pedágio físico nem necessidade de parar.
  • Como pagar: O motorista tem até 15 dias após a saída para efetuar o pagamento. Os métodos incluem o site oficial da TPA Ubatuba, aplicativo, Pix ou parceiros credenciados (como tags de pedágio).
  • Isenção: Veículos com placa de Ubatuba e das outras cidades do Litoral Norte, além de cidades vizinhas do Vale do Paraíba, são isentos. Turistas em “trânsito rápido” (permanência inferior a 4 horas) também não são cobrados.

2. Ilhabela: A taxa por entrada está de volta

Ilhabela se prepara para retomar a cobrança na segunda quinzena de dezembro. A grande diferença é o formato: η taxa é paga por entrada, independentemente do número de dias que o turista ficará na ilha.

  • Como funciona: A cobrança será feita na saída da balsa.
  • Como pagar: As formas de pagamento anunciadas incluem tags eletrônicas, Pix, cartão de crédito/débito e dinheiro em espécie nas cabines de apoio.

3. São Sebastião: Aprovada e aguardando implementação

São Sebastião foi a última cidade a aprovar a TPALogo depois, o prefeito sancionou a leiPor isso, a prefeitura define agora as regras para a fiscalização e a cobrançaAlém disso, o município também usará o modelo por diária.

  • Isenção: A lei prevê isenção para moradores das quatro cidades do Litoral Norte e de Bertioga. O tempo de “trânsito rápido” (sem cobrança) em São Sebastião será menor: até 2 horas de permanência.

A Polêmica: “Boicote”, desconfiança e divisão de opiniões

As três prefeituras apresentam a mesma justificativa oficial: o turismo de massa gera um impacto significativo na infraestrutura e no meio ambientePortanto, a lei determina que elas devem investir o dinheiro arrecadado exclusivamente em iniciativas de preservação.

No entanto, a medida é amplamente impopular entre os visitantes. Uma análise das reações públicas revela que o debate se concentra em quatro pontos principais:

  1. Ameaças de Boicote: A reação mais imediata de muitos turistas é a promessa de boicote. Comentários como “Não vou mais” e “Basta NÃO Frequentar essas cidades” são frequentes, indicando uma possível migração de visitantes para Caraguatatuba ou outros destinos.
  2. Desconfiança sobre os Recursos: Há uma enorme desconfiança sobre o destino do dinheiro. A pergunta “Quem garante que o valor arrecadado vai ter destino certo?” ecoa em muitas discussões, com internautas comparando a taxa a “dar dinheiro para ladrão”, refletindo a descrença na gestão pública.
  3. Questionamento do “Direito de Ir e Vir”: Muitos usuários levantam o debate constitucional, questionando onde fica o “direito de ir e vir” garantido pela Constituição.
  4. Debate sobre o Comportamento do Turista: Curiosamente, uma minoria apoia a taxa, mas por motivos diferentes. Alguns comentários citam o mau comportamento de visitantes (“Onde passam, vira fossa sanitária”) como justificativa para a cobrança, embora demonstrem o mesmo ceticismo sobre o uso do dinheiro.

O que acontece se não pagar a TPA?

motorista precisa entender o seguinte: o não pagamento da Taxa de Preservação Ambiental não é uma infração de trânsitoPor isso, a dívida não gera pontos na CNHNo entanto, essa atitude configura, sim, uma infração direta à legislação municipal.

Segundo as prefeituras, o veículo é cadastrado como inadimplente. Em Ubatuba, por exemplo, a lei especifica que o não pagamento após o prazo resulta em uma multa de valor significativamente maior, além da inscrição do débito total em dívida ativa em nome do proprietário.

Isso significa que serviços como Serasa e SPC poderão negativar o CPF do dono do carroresultando em dificuldade para conseguir crédito. Além disso, em último caso, a Prefeitura poderá iniciar uma execução fiscal para cobrar a dívida judicialmente.

Fonte : https://mobilidade360.com.br/

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